quinta-feira, 11 de março de 2010

Os perigos que a nossa cozinha esconde

Por Solange Burri*

Imagem: Getty Images

Actualmente muito se tem falado em segurança alimentar, sobretudo em sistemas aplicados à indústria alimentar, distribuição e restauração. Contudo, a necessidade de prolongar os cuidados dos alimentos, desde que o consumidor os adquire até que os prepara, é importante para assegurar a qualidade do alimento ao ser ingerido e para que não provoque uma intoxicação alimentar. Este facto é tanto mais grave quanto maior for a vulnerabilidade do consumidor em questão sendo que crianças, grávidas, idosos e indivíduos imuno-comprometidos representam grupos de risco onde os cuidados relacionados com a alimentação devem não só respeitar as específicas necessidades nutricionais mas também garantir a sua inocuidade microbiológica.

A cozinha doméstica representa o local doméstico onde decorre a preparação culinária com um movimento contínuo de alimentos crus e congelados, razão pela qual devem ser articulados determinados cuidados para perdurar a qualidade dos alimentos adquiridos e contribuir também para o bem-estar de todos os membros da família.

Assim, na manutenção da sua cozinha, assegure as seguintes condições:

- Lave sempre as mãos antes de começar a preparação culinária;

- Na bancada separe alimentos cozinhados de alimentos crus, evitando o contacto entre si de modo directo ou por meio de utensílios (ex. facas, garfos, tábuas, etc.). Opte pois por manipular os alimentos cozinhados e apenas depois destes manuseie os alimentos crus;

- Assegure um funcionamento eficaz do seu frigorífico e congelador. Evite pois abrir a porta demasiadas vezes bem como sobrelotar a sua capacidade;

- Em nenhum momento armazene no frio os alimentos quentes. Seja para refrigerar ou congelar, os alimentos devem ser previamente arrefecidos permanecendo tapados para impedir recontaminação após o processo culinário;

- Salvaguarde sempre que o receptáculo que reúne o lixo da cozinha se encontra afastado da zona de preparação alimentar e está sempre tapado, impedindo a atracção de insectos que representam veículos de contaminação alimentar;

- Por fim, será importante salvaguardar que o re-aquecimento de um alimento já cozinhado e armazenado é realizado durante tempo suficiente para o aquecer bem e não apenas até estar apto a consumo. Deste modo eliminam-se bactérias que entretanto, durante a armazenagem, tenham conseguido desenvolver-se.

- Nunca descongele alimentos à temperatura ambiente. Faça-o sempre de véspera colocando no frigorífico ou descongelando directamente no micro-ondas.

Estes cuidados devem fazer parte da rotina diária dado que grande parte dos alimentos contaminados com microrganismos patogénicos não evidenciam alteração sensorial capaz de avisar o consumidor que o alimento não se encontra apto para consumo.

Fique pois atento e proteja-se…!

*Solange Burri é Mestre em Inovação Alimentar e Consultora em Alimentação de Grupos de Risco. Assina o blog BabySol® onde dá apoio a Pais e Profissionais sobre a Alimentação de Crianças e Grávidas.

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