As doenças relacionadas com a alimentação, como a obesidade, a diabetes, as doenças cardiovasculares e o cancro, têm vindo a revelar-se das principais causas de morte nos países ditos civilizados. Mas estas doenças podem em grande parte ser evitadas se adoptarmos estilos de vida saudáveis, nomeadamente uma alimentação equilibrada e actividade física regular.
As modificações no meio ambiente e no modo de vida são tão profundas que não podemos pensar em voltar ao tempo dos nossos bisavós e comer os legumes da horta e as galinhas criadas no quintal. Mas podemos, em vez de passar o fim de semana a ver televisão ou fechados no centro comercial, aproveitar para fazer uma caminhada em família ou ir para a rua jogar à bola com os nossos filhos…
É nosso dever de pais e educadores desenvolver todos os esforços para que os nossos filhos cresçam segundo o lema “ Mente sã em corpo são”. Para isso temos de promover o seu bem estar, protegê-los da doença, transmitir-lhes o gosto pelos princípios de vida saudável e formá-los para que um dia possam eles próprios fazer autonomamente as escolhas mais equilibradas. Mas não se esqueça que dar o exemplo é a forma mais eficaz de educar, por isso, questione os seus próprios hábitos e comece a mudança em si mesmo.
Se quer que o seu filho viva mais e melhor, não esqueça estas 10 Regras de Ouro:
1. Faça os possíveis para que o seu filho se alimente exclusivamente de leite materno durante os primeiros 6 meses de vida e prolongue o aleitamento materno o máximo que puder.
O aleitamento materno diminui o risco de obesidade e alergias.
Os leites de substituição aumentam o risco de doenças crónicas
2. Não adicione sal ou açúcar à alimentação do seu filho no primeiro ano de vida e depois eduque o seu paladar de forma a consumir sempre pouco sal. O consumo de sal no primeiro ano de vida aumenta o risco de doença cardiovascular nomeadamente AVC na idade adulta.
3. Zele para que o seu filho tenha uma alimentação saudável, em casa, no infantário e na escola.
Não sair de casa sem tomar o pequeno almoço - evitar tomá-lo no café da esquina. Fraccionar as refeições ao longo do dia. Comer tranquilamente e mastigar bem os alimentos. Evitar concursos do género "vamos ver quem acaba primeiro". Respeitar o horário das refeições e o ritmo da criança. Acompanhar as refeições com saladas cruas ou legumes cozinhados.Preferir as gorduras vegetais às gorduras de origem animal.
Limitar o consumo de alimentos pré-confeccionados e snacks.
Limitar o consumo de refrigerantes: eleja a água como bebida de excelência.
Fazer do “doce” uma prática de dia de festa e não diária.
4. Esteja atento para que o seu filho tenha espaços e tempos de lazer, onde possa caminhar, dançar, jogar à bola, andar de bicicleta, correr... Actividades de tempos livres e passeios em família. O exercício físico regular previne a obesidade e melhora o perfil lipídico (gorduras no sangue).
A actividade física deve ser um prazer e não uma obrigação.
5. O tempo em frente à televisão ou ao computador não deve exceder as 2 horas por dia. O sedentarismo é um dos factores de risco para a obesidade.
6. Evite que o seu filho seja um fumador passivo e comece logo que possível a alertá-lo para os perigos do tabaco. Não exponha o seu filho a ambientes nocivos. Ensine o seu filho a apreciar e a preservar o meio ambiente.
7. Esteja atento aos quilos extra – pequenas modificações numa idade precoce podem evitar grandes males futuros. Se o peso for excessivo a saúde corre perigo.
8. Se na sua família há casos de hipertensão arterial, dislipidémia (aumento do colesterol ou dos triglicéridos), diabetes ou acidentes isquémicos (enfartes, tromboses..), o risco de o seu filho vir a ter uma destas doenças é maior e portanto não descure os exames médicos de rotina. A prevenção e o tratamento atempado salvam vidas!
9. Cuidado com o sol: use protector solar. O sol em excesso é prejudicial mas fugir dele diminui a produção de vitamina D, essencial para o desenvolvimento dos ossos e sistema nervoso. Evite o Sol durante as horas mais quentes do dia, entre as 11 e as 17, e aplique frequentemente protector solar.
Até aos 6 meses, não leve os bebés à praia e, até um ano, evite a sua exposição directa ao Sol.
10. Alerte o seu filho sobre os perigos do álcool e comportamentos de risco.
* Graciete Bragança é pediatra, especialista em Endocrinologia.
Conselhos muito importantes! Realço as frases: "É nosso dever de pais e educadores desenvolver todos os esforços", e "dar o exemplo é a forma mais eficaz de educar".
ResponderEliminarEste blog está cada vez melhor!