quinta-feira, 29 de julho de 2010

Silly season

Em época de festivais, o direito dos bebés aos clássicos.

Com as devidas adaptações, claro.










quinta-feira, 22 de julho de 2010

O Programa Anos Incríveis


Os grupos de pais Anos Incríveis funcionam em Coimbra desde 2007 (e muito brevemente também em Lisboa e no Porto), sob coordenação de uma equipa de investigação ligada à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. São dirigidos a pais de crianças entre os 3 e os 6 anos de idade e permitem aos pais partilharem as suas experiências com outros pais, em grupo, ao longo de 14 semanas, em horário pós-laboral (18.00h-20.00h). Para que os pais possam frequentar os grupos é disponibilizado um serviço de baby-sitting para as crianças.

Este Programa foi desenvolvido nos EUA por C. Webster-Stratton (www.incredibleyears.com). Tem sido estudado e aplicado em diversos países e demonstrado resultados positivos a curto, médio e longo prazo, quer como programa de prevenção, quer de intervenção.

Ao longo do programa são trabalhadas aptidões como: brincar, elogiar e recompensar a criança, dar ordens de forma eficaz, estabelecer limites claros, ignorar, aplicar consequências, promover estratégias de resolução de problemas. Pretende-se fortalecer as relações pais-criança e encorajar a cooperação da criança; estreitar a relação escola-família; incentivar estilos parentais positivos; encorajar a imposição de limites efectivos e a definição de regras claras; e promover o uso de estratégias disciplinares não violentas.

Sabemos que nestas idades as birras, o “não”, o ser irrequieto fazem parte do normal desenvolvimento da criança. Mas quando estes comportamentos persistem e interferem na vida da família, na aprendizagem e nas relações sociais, temos todos de estar atentos (pais, educadoras, médicos de família, pediatras, ...). Alguns pais (e profissionais) continuam a acreditar que as crianças são pequeninas e que quando entrarem na escola “logo se vê”. Muitas vezes têm medo que os seus pequenos tesouros sejam rotulados, ou de se sentirem invadidos pela culpa (em que tantos psicólogos se esforçaram por fazer os pais acreditar). Ou estão tão isolados e sem suporte social, que não conseguem dar o primeiro passo... Não são precisas culpas, nem rótulos, apenas agir atempadamente, dando aos pais a oportunidade de se poderem sentir mais confiantes e competentes no seu papel.

Se interviermos precocemente a história poderá ter outro final e abrem-se um sem número de trajectórias de vida possíveis para aquela criança e família.

Ainda se lembra da Ana e do Tiago? Não sabemos com terminará a sua história. Mas sabemos que os pais do Tiago se conseguiram organizar para vir ao grupo, que estão disponíveis para aumentar o número de estratégias que já traziam consigo (algumas delas desde os tempos da sua própria infância) para conseguirem lidar de uma forma mais eficaz com o seu filho, e que querem fazer algo de diferente.

A maior parte dos pais também. Às vezes só não sabem é como.

Contactos:

http://projectopaismaesincriveis.blogspot.com/

anosincriveis.coimbra@gmail.com

Andreia Azevedo e Tatiana Carvalho Homem– Psicólogas, Doutorandas e Investigadoras
Maria João Seabra Santos e Maria Filomena Gaspar– Professoras da FPCEUC e Coordenadoras Científicas do Projecto

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Fintar multidões a caminho das férias (post útil #5)

E a dica desta semana é da Filipa. Tomem nota, tomem nota!

Tenho 31 anos, uma filha - a Margarida - de 2 anos e meio, já fui advogada e troquei a barra do Tribunal por muitas horas "extra" com a minha mais-que-tudo. Agora trabalho num Banco. Adoro uma boa gargalhada, um passeio na praia, tenho a síndrome do Peter Pan, uma filha fantástica, um marido fenomenal e muitas, muitas, muitas dúvidas que me levam a ler o Bebé Filósofo com regularidade.


Não sou nenhuma expert neste assunto, tenho apenas duas dicas que nas preparações para irmos de férias com a pequenina têm dado, até à data, bons resultados.

Começamos sempre por, uns dias antes, anunciar-lhe o destino, falamos com ela sobre o local, a casa, quem lá vai estar (amigos, família, etc.) o que vamos poder fazer (sobretudo de diferente), as saudades que já tínhamos porque é sempre tão bom, o quão divertido vai ser, como vamos passar X dias juntos, sem horários e com toda a disponibilidade uns para os outros.

Depois, cumprimos apenas duas coisas que se revelam para nós essenciais e que parecem ser suficientes para tudo correr bem.

A primeira: pedimos-lhe para escolher os brinquedos que quer levar. Explicamos que não pode levar todos e que alguns poderão não poder ir por não serem apropriados (ao local das férias ou pelo seu tamanho ou objectivo). Fazemos questão de não deixar cá os bonecos, brinquedos e livros de que mais gosta. A segunda: nunca vamos quando "toda a gente" vai, nem nunca regressamos quando tudo está de regresso. Normalmente quando vamos de férias mais de uma semana é para o Algarve e fazêmo-lo em Agosto ou em altura de feriados como tantas outras pessoas. Por isso, vamos sempre depois de jantar (imediatamente depois) e sempre a um Sábado ou a um Domingo. No regresso, voltamos sempre depois de jantar e sempre a uma Sexta-Feira ou a um Sábado. Com isto evitamos trânsito, calor, e a Margarida dorme o caminho todo, pelo que, evitamos também paragens. A última vez que fomos de férias foi este mês e, até hoje, tem corrido sempre muito bem.


Espero que ajude alguém... :-)


Obrigada pelo vosso blogue, os vossos conselhos, as vossas palavras e esclarecimentos! Têm sido um grande apoio e uma ajuda preciosa!

Obrigado nós, Filipa!

Próxima sexta-feira mais uma dica preciosa enviada por outra mãe ou pai "filósofos".
Para quem quiser enviar mais ideias, está tudo explicado aqui!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Só de fraldinha para ficarem mais fresquinhos

Quando tu nasceste, choraste e o mundo alegrou-se.
Vive a tua vida de forma a que, quando morreres, o mundo chore e tu te alegres.
(ditado nativo-americano)

Na semana passada comemorou-se o aniversário de dois dos meus avós. Da minha avó materna, que já morreu há muitos anos e de quem me lembro todos os dias como se a tivesse visto ontem, e do meu avô paterno, que está de excelente saúde e nos convidou para irmos lá a casa ver o futebol e jantar todos juntos.



Eu não tenho grande queda para o que normalmente se chama “os velhinhos”. Confesso que nunca senti muita apetência (nem paciência) para ouvir a mesma história vinte vezes, contada com voz trémula, e pontuada mil vezes com a expressão “no meu tempo” ou “isto agora”…


Na minha família nunca tive muito contacto com esta realidade. Os meus avós são, ou foram, pessoas activas, lúcidas, actualizadas e em contacto com a realidade do mundo. Os avós dos meus filhos trabalham tanto ou mais do que eu, ou, no caso dos meus sogros que já estão reformados, alinham em correrias no parque infantil e sabem de cor o último modelo do carro da Barbie ou a consola mais tecnológica lançada no mercado.


Mas recentemente, suponho que não alheio ao facto de ter passado a barreira dos 30, dou por mim a pensar na vida. Na velhice. Na passagem dos anos. Pela primeira vez, surpreendo-me a constatar que gostava de chegar aos 100 anos. Rodeada de netos e bisnetos. Do meu marido também, já agora. Gostava de ter alguém a quem contar o que aprendi na vida, como uma velha anciã, de roda de quem os jovens se juntam para ouvir frases cheias de sabedoria e conselhos avisados.

Descubro que talvez valha mesmo a pena fazer um pé de meia, começar já, e cuidar da minha saúde para um dia chegar aos 80 e ouvir coisas como “Ai, eu não lhe dava mais de 70!”.



Isto é o que eu gostava. Depois há a realidade. Há anúncios como o que eu vi há uns dias: “Vá de férias descansado e deixe o seu idoso connosco!”. Sim, é real, e a publicidade a um ATL para idosos.

E há a história que me contaram de uma reunião num serviço de saúde, em que se discutia a onda de calor e de como os idosos internados estavam a sofrer com ela, e onde alguém dá a genuinamente bem-intencionada sugestão: “Deixem-nos andar só de fraldinha para ficarem mais fresquinhos”.

E há as residências VIP para a terceira idade, na Marginal de Cascais, com uma vista espectacular para o mar e onde eu nunca vi ninguém na varanda. Ninguém. Não é tão triste?


(imagino-me a viver ali e digo sempre que por lá passamos, “quando a mãe e o pai forem velhinhos tu pões-nos aqui a viver e depois vens-nos visitar ao fim de semana, está bem?”. Ela abana a cabeça e tenta sempre fazer-me prometer-lhe que nunca vamos ficar velhinhos).


Oiço histórias como a da “fraldinha” ou o ATL para idosos e o meu primeiro instinto é rir. De tamanho disparate. Mas depois fica este nó na garganta.

Saberemos nós alguma vez arranjar forma de conviver com a velhice de uma maneira normal?

Penso nisto e lembro-me do que temos falado neste blog a propósito das crianças. De ter paciência, respeitar os ritmos, ouvir, aprender. De como o ritmo desenfreado nos impede de gozar as coisas simples, com eles.


Da importância de todas as idades da vida.

A imagem que ilustra o início deste texto é de Gustav Klimt e chama-se “As três idades da Mulher”. É muito conhecida. No entanto, talvez sejam mais os que conhecem o pormenor da obra em que a mãe, jovem, abraça o seu bebé. Mãe e filha. Belas. Perfeitas. A imagem da mulher idosa, à esquerda, raramente é utilizada para posters ou cartões de felicitações. E, no entanto, está lá.

Ela está lá, essa é a verdade. E está lá porque é real. A imagem que nos habituámos a ver não é a mãe e o seu bebé. É a mesma mulher. Só ocultámos a sua imagem já velha.

Estaremos a ensinar as crianças para conviver com a velhice? Com a nossa velhice? Com a sua própria velhice? Saberão elas que não há fases da vida mais ou menos importantes? Saberemos nós?

Como é que se faz isto...? Esta aproximação... sem ser levar as criancinhas a lares de idosos onde se batem palminhas e se dança descoordenado ao som de músicas ridículas?

Esta sociedade que sabe tudo comete os mesmos erros com as crianças e com os idosos. Cria ATLs para os entreter e libertar os adultos activos da sua guarda. Entretém-nos com digitintas e DVDs.

Qual é a maneira certa de recuperar o respeito pelo ancião?

Dúvidas, dúvidas… tantas dúvidas.

E só uma certeza. Eu não quero ser um fardo para os meus filhos quando for velha. Mas agradecia que houvesse alternativas a ficar, só de fraldinha, num hospital.
Horrorizada por ser eu, igualinha talvez ao que sou hoje, presa num corpo para o qual ninguém consegue olhar.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Reflexões de um Pediatra de urgência, num hospital distrital

Por Inês Torrado*


Vinha da sala de partos, onde acabava de nascer mais um menino vigoroso… chinês. Este ano vamos com menos duas dezenas de partos em relação ao ano passado. Ainda vão ajudando nos números os emigrantes de leste, os brasileiros, alguns chineses…

No elevador cruzei-me com um menino de 6 anos, muito obeso, que comia um pacote de açúcar, mastigando já uma pastilha elástica. Ao sair, ainda ouvi a mãe a ralhar: “Olha que vou dizer à tua médica que não fazes nada do que ela mandou!”.

No corredor do serviço, fui interceptada por um delegado de informação médica, que apresentava dois novos medicamentos. O primeiro, era um suplemento alimentar para crianças distraídas, sem critérios formais de criança hiperactiva com baixa de atenção, isto é sem doença. As cápsulas parecem umas gomas, que dão vontade de comer de uma só vez, apanhando os pais desatentos.

O outro medicamento destina-se a manter a flora intestinal, estando indicado segundo o delegado: “para diminuir a diarreia, porque as crianças têm cólicas, porque choram.. Olhe, mesmo quando não se queixam, só faz bem e desde o primeiro mês…"

A pensar nas recomendações da SPP sobre vacinas para 2010, que estava a ler antes de ser chamada ao bloco de partos, tinha contado 10 vacinas recomendadas para 15 doenças. Em conjunto com a melhoria da qualidade de vida, da higiene e da educação, que drástica mudança em meio século no panorama das doenças pediátricas!

As crianças sobrevivem cada vez mais e melhor em Portugal.

Um contraste com os colegas de medicina interna, a braços com serviços e urgências entupidos de doentes. Uns com várias doenças num só corpo, outros só com uma, mas no corpo todo, e tantos que já nem sabem bem qual o mal…

Se as crianças são cada vez mais saudáveis, porque morrem tão mal uns anos depois?

Hoje, até sabemos que muitas doenças do adulto “nascem” na infância e mesmo antes.

Tantos hábitos bons se instalam na infância e perduram pela vida toda. O que mudou?
Em pediatria, já não são as doenças que preocupam, mas sim a saúde. Nós, médicos, fomos mais preparados para tratar doenças, do que para promover saúde…

Vivemos num mundo que nos consome. Perdemos a dimensão humana. Morremos à fome no Sul e comemos demais no Norte. Dá mais lucro engordar as populações e de seguida emagrecê-las, do que resolver a saúde das populações.

A crise chegou. Medos e insatisfações paralisam o bom senso.

No fim do banco, transferi um lactente de 2 meses por, discutível, administração profiláctica de paracetamol pós vacina… mas numa dose tóxica, por erro de interpretação.

Talvez, pudéssemos evitar dar medicamentos na ausência de doença, e defender melhor a saúde dos que ainda não se podem proteger. Mas isso implica sairmos dos hospitais e aproximarmo-nos mais das crianças e da comunidade.

*Inês Torrado, pediatra.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Banhos no lavatório e dormir onde calha (Post útil #4)

Por 3 picuinhas*

As dicas de férias da 3 picuinhas dão vontade de largar já tudo e por-nos a caminho só com a roupa que temos no corpo!
Ora vejam:


Tenho 42 anos e duas filhas pequenas: 8 e 4 anos. Viajo com as minhas filhas desde sempre e o lema é: simplificar. Simplificar tudo, incluindo os destinos :)

E simplificar quer dizer que viajamos com pouca tralha e muita imaginação.

Nos últimos anos, como são duas, temos limitado as viagens a destinos cá dentro: Alentejo e ilha da Berlenga.

As pequenas tomam banho onde der: lavatório da cara se são bebés ou chuveiro, com mangueira no quintal se está calor :), com água salgada e champô na Berlenga onde a água doce se reserva apenas para a passagem final, e o ano passado já as convenci a lavar os dentes com água salgada, uma conquista!

Dormem onde é possível: no chão em colchões de encher, no barco embaladas pela ondulação, dentro de um barquinho insuflável enquanto eram bebés.

As viagens de carro são sempre feitas ao cair da tarde que isto de se fazer 250 Km em direcção ao Alentejo tem que se lhe diga. Elas normalmente adormecem a meio e no entretanto vamos parando para beber água e desentorpecer as pernas a cada hora. Nos 2 últimos anos e porque juntamos à nossa prole mais dois primos de 4 e 7 anos, optámos por dormir a meio caminho...onde der :) normalmente numa hospedaria sem qualquer estrela mas com cheirinho a aventuras.

As minhas filhas viajam sem brinquedos. No carro vamos entretidos com jogos de descobertas (vês aquele pássaro? quantos carros amarelos é que vamos encontrar? palavras começadas pela letra...) e nos locais de férias os brinquedos inventam-se com paus e pedras.

E finalmente a roupa...ou a falta dela. Nas férias ninguém se preocupa com vestimenta. Meia dúzia de t-shirts, fato de banho e sandálias e a festa faz-se. Na Berlenga basta a t-shirt e o fato de banho, andam descalças e só vestem mais qualquer coisa à noite quando faz frio. No Alentejo calções e t-shirts.

E pronto. As minhas filhas regressam sempre das férias com arranhões novos e roupa muito suja e muitas, muitas aventuras.

Nunca adoeceram, nunca se aborrecem, nunca fazem fitas. Nas férias não há horas e as regras reduzem-se ao mínimo, apenas as regras de segurança.

O que nunca falta na nossa mala: coletes de salvação para o barco, protectores solares factor máximo, anti-histaminicos, pensos e sprays para queimaduras, brufen e benuron, termómetro e repelente de insectos... e muita descontracção.

*Esta dica foi enviada pela 3 picuinhas, 42 anos, mãe de duas meninas de 4 e 8 anos.
Obrigada!

Próxima sexta-feira mais uma dica preciosa enviada por outra mãe ou pai "filósofos".
Para quem quiser enviar mais ideias, está tudo explicado aqui!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Um dos muitos cuidados a ter na estrada



Em tempo de férias e viagens de carro, não esquecer a nossa segurança e a de todos os outros que viajam na estrada.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O que fazer com os miúdos?

Por Bárbara Wong*



Os mais velhos, eu e dois dos meus primos, todos com menos de dez anos, carregávamos os baldes, as pás e tomávamos conta dos mais pequenos, a mais nova tinha um ano, ainda precisava do carrinho. Chegávamos à praia e a minha avó sentava-se, grande, no seu fato-de-banho de fundo preto e florinhas pequeninas, de óculos de sol e chapéu de palha de abas largas, a conversar com as vizinhas, das barracas ao lado - as amigas que revia anualmente, que nos diziam como estávamos crescidos e bonitos -, mas sempre com um olho em nós.

O Verão era longo e depois vinha o tempo que passávamos na quinta, a brincar no tanque de água gelada, a dar de comer aos patos, às galinhas, a dormir na casota do cão; a regar a horta, de sacho na mão, a abrir caminhos para a água entrar e o cheiro dos tomateiros, da salsa. A viajar na carrinha de caixa aberta, com o vento quente a bater na cara e os olhos entreabertos.

A apanha da fruta, pêssegos, maçãs e, por último, a vindima. As férias de Verão eram tão compridas que podíamos fazer a vindima, de cestinha no braço e a tesoura na mão, a cortar os cachos das uvas, a deitá-los para a tina, a ir no tractor com o senhor António até à cooperativa onde deixávamos o fruto do nosso trabalho e da nossa diversão.

Eram quase quatro meses de dias compridos que pareciam pequenos com tanta coisa que havia para fazer! E sestas! E romarias! E, pelo meio, as viagens ao estrangeiro com os pais, quando estes tinham férias.

Hoje as férias da escola são mais curtas e nós não sabemos o que fazer com os miúdos porque já não há avós grandes e calorosas, donas-de-casa com as suas criadas e muitos netos à mesa, ao almoço e ao jantar. Hoje as avós trabalham ou têm pouca paciência para os miúdos.

“Porque é que achas que pago um balúrdio pelo colégio?”, ouço perguntar ao meu lado. Por estes dias, as aulas acabaram, eles têm dois meses e meio de férias e nós 22 a 25 dias... Não há família alargada e a opção passa por mais escola, desta vez mascarada de ATL, alguns funcionam nos estabelecimentos de ensino, outros em empresas, fundações e instituições.

Os miúdos vão à praia com a escola, fazem campos de férias por cá ou no estrangeiro e tudo isso é bom, acreditamos; eles têm mais oportunidades do que nós tivemos com a idade deles, aprendem línguas, conhecem autores e pintores contemporâneos, ouvem histórias, constroem-nas eles, convencemo-nos.

No fundo, no fundo, não é bem verdade porque o que eles gostam mesmo é de estar connosco, de preferência, sempre! E quando digo “connosco” não falo só dos pais mas dos tios, dos avós, da família.

Por isso, a proposta que deixo é que a família seja mais solidária. Porque é que não há um tio que vai de férias e leva os sobrinhos todos? Ou uma avó? Ou uma madrinha? Se as famílias fossem cooperantes entre si, em vez de pagar ATL's, pagavam-se gelados, refeições fora de casa, bilhetes de cinema, etc.

Utópico? Não! Eu adoro levar os filhos e os sobrinhos à praia, ao cinema, ao museu ou simplesmente ficarmos sem fazer nada! Adoro ensinar-lhes o que sei, ouvir o que sabem, fazer cara feia quando se portam menos bem, dar-lhes abraços, beijos e vê-los sorrir e então lembro-me das minhas férias e rezo para que eles não se esqueçam nunca de mim, como eu não esqueço a minha avó!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Post útil #3: Horas de aflição

Respondendo ao desafio, sempre que tratei dos "apertos" das crianças safei-me razoavelmente bem, nunca tendo ocorrido nenhuma situação idêntica à descrita. Contudo, aqui vai a minha sugestão, que já funcionou na praia e locais onde a casa de banho não estava à mão de semear.



O balde da praia, que todos levam na mala de férias, revestido com um saco de plástico!! É sentar a criança no balde e já está! limpa-se o rabo, fecha-se o saco e pronto!


Esta dica foi enviada pela Joana Pulido, 36 anos, do Porto, e mãe de três raparigas, de sete, três e um ano.
Obrigada Joana!

Próxima sexta-feira mais uma dica preciosa enviada por outra "mãe filósofa".
Para quem quiser enviar mais ideias, está tudo explicado aqui!