quinta-feira, 22 de março de 2012

Vacinas Prevenar 13 e Rota Teq

Comunicado da Comissão de Vacinas da Sociedade Portuguesa de Pediatria e da Sociedade de Infecciologia Pediátrica: 

A Comissão de Vacinas da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) e da Sociedade de Infecciologia Pediátrica (SIP) teve conhecimento através da Circular Informativa nº 069 de 19/03/2012 do Infarmed que (transcrito de circular):

“Na sequência da receção de uma notificação de suspeita de reação adversa grave, o Infarmed, como medida de precaução, determina a suspensão imediata de utilização das seguintes vacinas:
- RotaTeq, solução oral, lote nº 1590AA/0671579, prazo de validade 31/05/2013
- Prevenar 13, suspensão injetável, lote nº F73745 (917690), prazo de validade 31/05/2014

Atendendo a que estes medicamentos são dispensados em farmácias e administrados por profissionais de saúde, as entidades que possuam estes lotes de medicamentos não os devem dispensar ou administrar, até que seja concluída a avaliação resultante da presente situação. “

A comissão de vacinas da SPP e da SIP informa que este é um procedimento normal quando é relatado um acontecimento grave que ocorre nos dias após a administração de vacinas e que diz respeito só aos lotes envolvidos, não estando provada qualquer ligação entre as administrações de vacina e o evento ocorrido.
A comissão de vacinas da SPP e da SIP, reforça que as vacinas Rota Teq e Prevenar 13 são vacinas com elevado padrão de segurança, documentadas pelos estudos científicos realizados no pré e pós comercialização.

As vacinas Rota Teq e Prevenar 13 são eficazes no combate à infeção grave respetivamente por rotavirus e por pneumococo pelo que, fora os lotes suspensos e indicados na circular de 19/03/2012 do Infarmed, as recomendações da sua administração devem manter-se.

segunda-feira, 19 de março de 2012

A primavera não se discute


Antes não havia internet, então eu passei a minha infância a tentar explicar aos adultos que não, ao contrário das outras estações do ano, a primavera não começava num dia 21 mas sim no dia 20 de março.


Já não me lembro como sabia eu tudo isto desde tão pequenina. Provavelmente terão sido os meus pais a explicar-me. Tenho também a sensação de ter uma vez visto um programa de televisão em que alguém explicava detalhadamente o tema e de eu ter decidido que era muito importante guardar aquela informação.


Enfim.


A verdade é que era difícil encontrar um adulto que soubesse disto e o assunto foi motivo de grandes discussões desde aí os meus 5 ou 6 anos de idade. A primavera começa com o equinócio de março, dizia eu, que ocorre quase sempre no dia 20. Excepcionalmente calha a 21.


Não é uma efeméride inventada pelo homem, explicava a quem insistia.
E diziam-me “não, não a primavera começa a 21, então não sabes que é o dia da árvore?”.
E a discussão acabava porque eu não encontrava resposta para observações tão estupidas como esta.


Decidi que nunca mais ia discutir com ninguém o início da primavera.


Acho que foi acertado.


Hoje constato que é difícil encontrar pessoas que não funcionem por dias marcados, que entendam que há coisas que têm mais a ver com o centro do mundo, a rotação terrestre, as leis do universo do que com dias inventados para ordenar o caos com que não conseguimos viver. Não importa. A primavera deste ano começa no dia 20 de março às 5h14 da manhã e eu recebo com esperança o equinócio, em que as 24horas se dividem em duas metades e a noite e o dia são exactamente iguais.


Quase 30 anos depois, fico surpreendida ao constatar o quão importante continua a ser para mim assinalar correctamente o início da primavera. 


Talvez por ser o dia em que a minha mãe me puxou para fora, enquanto eu entrava no mundo sem chorar e a olhá-la fixamente nos olhos.


É. Pode muito bem ser por isso.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Arte imprevista

Chamam-se "low commitment projects", algo como "projectos de baixo investimento" numa tradução livre. Requerem pouca energia, quase nenhum dinheiro, pouco esforço e são uma forma deliciosa de pontuar o quotidiano com expressões de arte imprevista.

A ideia é de duas ex-estudantes de Arte que mantêm contacto uma com a outra, através destes pequenos projectos com concretização fácil.

Os projectos são inesperados e simples, o tipo de coisas que ocorre muitas vezes às crianças, mas não tão frequentemente aos adultos. De todas as formas, quase todos são replicáveis ou podem servir de inspiração para tentar algo de semelhante em casa. Ora espreitem,

"Coffee and milk"


"Hanging around"


 "Shadow Play"

E muitos outros aquihttp://lowcommitmentprojects.com/

terça-feira, 13 de março de 2012

Coisas que as mães já sabem (e a Ciência agora descobre)

Com um olhar mães e bebés sincronizam bater do coração


Este comportamento já tinha sido estudado em animais, mas é a primeira vez que o mesmo é sugerido em humanos

Mães e filhos podem sincronizar o bater dos seus corações através de gestos simples como olhar ou sorrir, de acordo com investigadores da universidade de Bar-Ilan, em Israel.

Os investigadores descobriram que os afetos visíveis das mães têm efeitos psicológicos em bebés de três meses e estudaram-nos, medindo o ritmo cardíaco.

Atendeu-se à sincronização de afetos e da voz, provando-se uma maior sincronização biológica nesses momentos, explicaram os investigadores à publicação Infant Behavior and Development.

Este tipo de comportamento já tinha sido estudado em animais, ficando provado que as interações sociais afetam o o corpo do bebé animal, mas esta é a primeira vez que o mesmo é sugerido em humanos.
(notícia aqui)


quarta-feira, 7 de março de 2012

Crianças tomam medicamentos a mais

Um estudo inédito em Portugal identificou um «elevado» consumo de medicamentos nas crianças e casos em que os cuidadores administraram fármacos que foram vendidos sem a obrigatória receita médica e cujos efeitos secundários poderiam ter consequências mais graves.
Da responsabilidade de profissionais dos hospitais Dona Estefânia, em Lisboa, e Fernando Fonseca, no concelho da Amadora, o estudo sobre o «Uso (ou abuso) de fármacos na idade pediátrica» foi publicado na Ata Médica Pediátrica. A pediatra Maria João Brito, uma das responsáveis da investigação, reconheceu à Agência Lusa que esperava que a utilização de fármacos «fosse mais criteriosa» nas crianças, «dadas as suas particularidades orgânicas».
De acordo com o estudo, que incluiu 189 crianças com idade média de 5,8 anos, a maioria dos inquiridos (63,5 por cento) tinha tomado pelo menos um fármaco nos três meses anteriores. Os medicamentos mais usados foram os analgésicos/antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides (41,1 por cento), com utilização quase exclusiva do paracetamol e ibuprofeno.
«Apesar da utilização elevada destes fármacos ser expectável devido à frequência da patologia viral nesta faixa etária, os resultados alertam para a necessidade de uma maior monitorização», defende Maria João Brito. A especialista adverte que, «pelo facto de serem medicamentos de uso comum e não estarem sujeitos a receita médica, o seu consumo pode ser banalizado, condicionando riscos acrescidos». Foram igualmente identificados antibióticos sistémicos (25,8 por cento), anti-histamínicos (6,9 por cento), broncodilatadores (3,5 por cento) e antitússicos/expetorantes (6,9 por cento).
Maria João Brito sublinha que «em nenhuma idade se deve medicar desnecessariamente, mas em grupos etários mais jovens os efeitos secundários podem manifestar-se mais frequentemente». ««A utilização de fármacos não adequados em grupos etários específicos deveria ser vigiada e regulamentada por entidades superiores», defende a pediatra.
Sobre o consumo de antibióticos, Maria João Brito lembra que existem estudos que apontam para «uma utilização excessiva de antibióticos nas infeções respiratórias potencialmente autolimitadas em possível relação com um diagnóstico incorreto, receio do médico de não medicar uma infeção bacteriana grave e dificuldade no seguimento».
Maria João Brito reconhece que «os médicos são muitas vezes pressionados para prescreverem antibióticos em doenças que estes fármacos não têm qualquer interferência, como nas doenças virais, muito frequentes na idade pediátrica», embora se tenha vindo a assistir a «uma menor cedência por parte do médico e a um maior reforço junto dos pais sobre as indicações dos antibióticos». A investigação apurou automedicações (pais, próprio e ama) em 19,1 por cento dos casos e quatro medicamentos (2,3 por cento) recomendados na farmácia. Estas automedicações ocorreram quase exclusivamente com antipiréticos e analgésicos não sujeitos a receita médica, mas em nove casos foram usados fármacos sujeitos a receita médica: anti-histamínicos, enzimas anti-inflamatórias, analgésico (clonidina) e ansiolítico (valeriana).
Maria João Brito realça casos em que foram usados fármacos sujeitos a receita médica, mas que «os pais tiveram acesso a medicação sem prescrição e os efeitos secundários poderiam ter consequências mais graves». Ainda assim, foram relatados possíveis efeitos secundários em seis crianças, maioritariamente gastrointestinais e em associação com consumo de antibióticos, que conduziram à suspensão da terapêutica por parte dos pais, lê-se no estudo. A médica chama a atenção para os riscos do uso indevido de fármacos: podem ocorrer efeitos secundários ligeiros a graves, além de que o quadro clínico pode ser mascarado com o uso indevido de fármacos que podem dificultar e atrasar o diagnóstico.
 Notícia Agência Lusa, 22 Fev, 2012