sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Bichos e crianças

Por Sónia da Veiga*


Muita gente aconselha os casais jovens a ter um animal de estimação para treinarem a responsabilidade, capacidade de educar e paciências que, mais tarde, precisarão ao ter filhos.

Não foi por essa razão que o Bicho fez parte da nossa jovem família durante 6 anos dos seus 16 de vida - ele conquistou-nos com a sua personalidade fantástica; mas ajudou bastante! Infelizmente, ele faleceu 1 mês antes do nascimento do P. , deixando saudades e a certeza de que, durante uns tempos, nada de mais animais - ele é insubstituível!

Passado ano e meio, a vontade de que o P. aprendesse o que é ter um amigo de estimação, a brincar com ele, a crescer com ele, habituando-se desde cedo a outras espécies, a outro tipo de carinho, tornou-se maior que o receio da confusão e destabilização da recém-estabelecida rotina e eis que surgiu o Miau (sim, eu sei que o nome não é dos mais originais, mas foi o mais fácil para quem começa a aprender a falar!).

Ter um jovem gatinho na mesma casa que uma criança pequena é complicado, mas, graças ao (pouco) juízo que a idade traz, a rotina restabeleceu-se e, ao fim de um ano da chegada do Miau, o L. nasceu.

Tanto o  P. como o L. se dão bem com o Miau e há vários momentos de interacção fantásticos, mas o L., por  ter tido o gato presente desde sempre, tornou-se um perito na linguagem corporal felina (sabe quando continuar a brincar e quando chamar a mãe para afastar “a fera”), estando muito mais à vontade com animais de várias espécies que o irmão.

O que é que se ganha em ter um animal de estimação? Nada! Só se ganha alguma coisa se tivermos um “amigo de estimação”, um membro honorário da família.

Com os cuidados de saúde e maneio correctos (vacinas e desparasitação em dia, alimentação adequada, higiene correcta e consultas médico-veterinárias regulares), não só não há nenhum risco acrescido à saúde das crianças, como teremos companhia para 15-18 anos (o que implica que terei dois adolescentes diante de mim quando chegar a altura de explicar a perda de um “amigo”).

Até lá, eles ajudam a dar de comer, a escovar o gato e a dar-lhe a pasta para evitar os “ataques de bolas de pêlo”, sabem identificar os miados de “Chegou o dono”, “Quero comer” ou “Olha ali uma mosca”, reconhecem as poses de brincadeira e “de ataque” (brincadeira unilateral da parte felina terminada com um berro da parte materna…) e muito mais! Basta dizer que o P. escolheu o gato como o animal para o identificar nos cabides da escola e, quando fez a sua apresentação sobre ele, foi excelente!

Claro que, para nós pais, as tarefas são muitas até que as crianças tenham idade para ajudar mais (e, mesmo assim, certas tarefas nunca serão delegadas, como o limpar da areia), mas nada que uma sessão de festas ao som de um bom ronronanço não compense.

*Mãe de dois reguilaços, Médica Veterinária e defensora acérrima da teoria "Crescer não implica parar de sorrir e de sonhar; só temos que o fazer mais alto!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Aleitamento Materno: Comunicado da Sociedade Portuguesa de Pediatria

Foi há dias publicada uma notícia no Jornal Público com o título “Cientistas contrariam recomendações de leite materno”. Tal notícia, pelo modo como foi apresentada, poderá suscitar interpretações erradas relativamente à prática do aleitamento materno. A divulgação da notícia pelo grande público merece por parte da Direcção da SPP algumas apreciações. Umas de ordem geral relativas ao aleitamento materno e outras específicas relativas ao conteúdo do artigo em questão. 

A recomendação da OMS aponta como desejável um aleitamento materno exclusivo ao longo do primeiro semestre de vida de modo a proporcionar um óptimo crescimento, desenvolvimento e estado de saúde. Essa recomendação é suportada numa revisão sistemática, publicada em 2004 e tendo em conta dados referentes ao crescimento estaturo-ponderal e do perímetro cefálico, morbilidade respiratória e gastrintestinal, eczema atópico, asma e desenvolvimento neuromotor entre outros parâmetros avaliados. Nova revisão sistemática mais recente permitiu a publicação das mesmas conclusões em 2009.

A OMS não refere que tais efeitos benéficos apenas ocorrem com a prática de aleitamento materno (AM) materno exclusivo durante os primeiros 6 meses de vida. O que a OMS refere é que o leite materno (LM) fornece potencialmente todos os nutrientes capazes de suprirem de modo adequado as necessidades do primeiro semestre de vida e que diminui a curto e longo prazo a prevalência de variada patologia.  

O reconhecimento deste efeito benéfico do AM exclusivo sobre o crescimento, desenvolvimento e saúde levou a OMS a publicar recentemente novas curvas de crescimento para a infância que foram construídas com base em avaliações de populações infantis de todos os continentes, tendo como critério de inclusão no estudo, entre outros, a prática do AM exclusivo nos primeiros 4 a 6 meses de vida, dado o reconhecimento consensual de que o melhor alimento é o LM (o melhor alimento de cada espécie é nos primeiro tempos de vida o leite da própria espécie). A OMS não impôs como critério de inclusão no estudo a duração de AM exclusivo durante 6 meses. Tal meta, embora desejável, não é possível ser atingida pela maioria das populações. A mãe aumenta a sua produção de leite ao longo dos primeiros meses de vida como resposta às necessidades crescentes do lactente que evidencia nesse período a maior taxa de crescimento ocorrida em todo o ciclo de vida pediátrico. Se a mama não corresponder a essas necessidades crescentes com um aumento da produção de leite a partir de um qualquer período do 1º semestre de vida (o que pode acontecer por vários factores), então o lactente não receberá um suprimento energético (e em nutrientes) adequado e haverá, nessas situações, necessidade de complementar o LM com outro alimento (fórmula láctea ou outros alimentos, na dependência da idade do lactente). E é consensualmente aceite pelas principais Sociedades cientificas pediátricas, nomeadamente pelos Comités de Nutrição da Academia Americana de Pediatria e da Sociedade Europeia de Gastrenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica (ESPGHAN) que o LM deverá ser exclusivo nos primeiros 4 – 6 meses de vida, devendo ser complementado com outros alimentos (para além do leite) se necessário, mas nunca antes das 17 semanas de vida. Se a idade for inferior, o complemento deverá ser feito com um leite industrial especialmente adequado para aquela idade.

Todos estes procedimentos de conduta relativa à alimentação do lactente dependem de situações especificas, mas tendo sempre por base que o alimento mais desejável é leite materno que deve ser usado de modo exclusivo e se possível até aos seis meses. Só a partir desta idade é que não é possível suprir adequadamente as necessidades do lactente em macro e micronutrientes e é por isso que o início da diversificação alimentar não deve ocorrer depois das 26 semanas de vida como recomenda o Comité de Nutrição da ESPGHAN.
Um dos grandes efeitos benéficos que se associa ao LM tem que ver com o seu baixo teor proteico que não é possível manter quando se recorre a outros alimentos alternativos. É actualmente muito forte a evidência científica de que um dos factores que tem contribuído para o aumento da prevalência do sobrepeso e obesidade logo desde a 1ª infância se relaciona com o regime alimentar hiperproteico que invariavelmente ocorre logo desde os primeiros meses de vida quando o lactente não é alimentado com LM de modo exclusivo.
Valerá também a pena sublinhar que parte do efeito benéfico para a saúde atribuído ao LM se perde quando se associa outro alimento (como suplemento ao LM), já que dessa atitude resulta uma clara interferência na biodisponibilidade de nutrientes e de outros componentes, com importantes acções biológicas, presentes no leite materno.
Ainda relativamente aos benefícios para a saúde associados ao AM, são desde há muito conhecidos os efeitos benéficos a curto prazo. Mais recentemente, revisões sistemáticas e meta-análises têm mostrado também efeitos benéficos a longo prazo (idade adulta). Por exemplo, é muito forte a evidência de que o aleitamento materno diminui o risco de sobrepeso e obesidade, (actualmente um dos principais problemas de saúde pública) quer ao longo da idade pediátrica, quer mesmo na idade adulta. E é interessante verificar que esse efeito é dose-dependente, isto é, o risco de obesidade será menor quanto maior tiver sido a duração do aleitamento materno ao longo da 1ª infância. Outras revisões têm mostrado também um efeito protector a longo prazo relativamente a outras patologias, como é o caso de alguma patologia metabólica e cardiovascular.

Em resumo poderemos citar a Agency for Healthcare Research and Quality dos Estados Unidos, que tendo por base 29 revisões sistemáticas ou meta-análises reportadas a cerca de 400 estudos verificou que o aleitamento materno se associa a uma redução do risco de otite, gastrenterite não-específica, infecções severas do tracto respiratório inferior, dermatite atópica, asma, obesidade, diabetes de tipo 1 e 2, leucemia na criança e síndrome de morte súbita do lactente entre outras situações.

Relativamente ao artigo em questão, valerá a pena referir que os autores são reputados investigadores, com inúmeras publicações na área da nutrição infantil. Refira-se aliás que a sua produção científica tem mostrado inclusivamente efeitos benéficos a longo prazo para a saúde resultantes da prática do AM.
Como a primeira autora do artigo aponta, não é feita pelos autores nenhuma recomendação quanto à idade de início da diversificação alimentar, mas apenas referido que a introdução de novos alimentos pode ser feita entre os 4 e os 6 meses, mantendo o AM. Os argumentos do artigo do BMJ vão no sentido de uma introdução sistemática de novos alimentos a partir dos 4 meses, tendo em conta um maior risco de anemia e uma maior incidência de alergia alimentar e de doença celíaca associado ao aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida. Sem pôr em causa os resultados de alguns estudos apontados pelos autores, a verdade é que a evidência científica actual está longe de ser suficientemente robusta para que se possa recomendar a diversificação alimentar sistemática a partir dos 4 meses de vida em todos os lactentes até então alimentados com LM exclusivo. Sublinhe-se ainda o facto de que quanto mais precoce é a introdução de novos alimentos mais rapidamente diminui a duração do AM.
Não deixa de ser curioso que a autora sugira que a recomendação de AM exclusivo por 6 meses seja defensável nos países pobres tendo em conta as elevadas taxas de morbilidade e mortalidade por infecções. Sabemos que nos países mais desfavorecidos, onde a taxa de desnutrição global nas populações é elevada, as mães não conseguem corresponder às necessidades crescentes do lactente com um aumento suficiente da produção de leite e por isso o recurso a outros alimentos ocorre em geral antes dos seis meses. 

Em conclusão, julgamos que o título na notícia no Público é manifestamente infeliz, já que deixa transparecer uma posição global, dos autores do artigo, contrária ao AM, quando o que está em causa são apenas alguns aspectos específicos ligados à duração de AM exclusivo.
Assim, os lactentes devem continuar a ser alimentados de modo exclusivo com leite materno, se possível até aos 6 meses de vida. Se tal não for possível então devem receber um complemento alimentar (adequado à idade), mantendo o LM pelo menos ao longo do segundo semestre de vida, como refere a OMS.

A Direcção da Sociedade Portuguesa de Pediatria
17 de Janeiro de 2011

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O Amor em tempos de crise

Por João Paulo Batalha*

foto: Edouard Boubat


Desta vez quero falar de economia. Eu sei que é um tema sumamente aborrecido, com pouco lugar num blogue sobre o que é sermos crianças e sermos pais e educadores. Mas quero falar disso porque já me aconteceu várias vezes ouvir os meus pais pedirem-me desculpa pelos falhanços, dizem eles, da sua geração.

Os meus pais eram pouco mais do que adolescentes quando eu e os meus irmãos nascemos. Pensando bem, eram pais ao mesmo tempo que estavam a aprender a ser adultos e, vendo as coisas assim, é um pequeno milagre que se tenham safado tão bem como safaram (e não estou a dizer com isto que criaram filhos espectaculares; estou só a admitir que as minhas falhas, que as tenho e várias, são culpa inteiramente minha; não tenho traumas nem álibis que comodamente desviem as culpas).

Tenho a agradecer-lhes isso. Mas os meus pais olham o estado geral das coisas e acham que devem um pedido de desculpas à minha geração. Eles, que tinham vinte ou vinte e poucos anos quando em Portugal se fez uma revolução que nos livrou de uma ditadura e de três guerras simultâneas, olham para o que fizeram e pedem desculpa.

Os meus pais distribuíam propaganda contra o regime no liceu, antes do 25 de Abril. Escreviam slogans contra a guerra nas paredes, pela calada da noite. Mas não foram eles que fizeram o 25 de Abril, dizem-me. E têm razão. Os chefes militares eram da geração anterior, como os chefes políticos. Os miúdos, como os meus pais, faziam barulho, protestavam (os que protestavam), foram participantes, não protagonistas.

Hoje olham, olhamos todos, para o estado do país e sentimos o desânimo. Habitamos a cidade da poeira cinzenta e fininha da resignação triste de que falava a Constança. Os pais pedem desculpa aos filhos porque temem estar a legar-lhes uma vida pior do que a que eles tiveram. Devia ser ao contrário, sentem os pais. Os filhos merecem melhor do que os pais, porque é isso que é justo. É assim que devia ser.

Eu não sei o que responda. Eu sinto-me mal representado na elite portuguesa, nos políticos, nos empresários, nos líderes em geral. Eu sei que a crise é séria, é grave e que nos vai fazer doer. Sei que vivemos durante anos numa tolice irresponsável em que nos ensinaram que tudo era fácil e imediato, e que a modernidade estava em exibir o grande carro, em vez de o grande carácter. E sim, este clima foi criado pela geração anterior à minha.

Devem-me um pedido de desculpas? E será que os jovens pais de hoje, que lutam para pagar infantários (ou apenas os livros escolares, ou apenas uma refeição quente por dia) devem um pedido de desculpas aos filhos? Nada nos resta então, senão a penitência e melancolia triste do fracasso?

Eu lembro-me de uma dedicatória num livro de poesia. A Sophia de Mello Breyner dedicava poemas ao marido, Francisco Sousa Tavares, “que me ensinou a alegria do combate desigual”. A poesia, tecnicamente, só começava na página seguinte, mas aqui já estava tudo. O combate desigual, naquele tempo, era contra a ditadura. A ditadura contra a qual os meus pais colavam cartazes – acção inconsequente, talvez, mas parte desse combate desigual, e da alegria desse combate desigual.

Hoje, sim, acabaram-se as certezas. O mundo é incerto e dá luta. Temos de inventar o nosso lugar dentro dele, já não há prateleiras onde nos podemos arrumar em bom e surdo sossego. O mundo é incerto e dá luta. Temos de desbravar o caminho nele; e temos de aprender o gozo disso, o prazer do inseguro, tentar, falhar e recomeçar. Reinventar tudo porque podemos. Construir-nos, descobrir-nos – e mudarmos de rumo porque sim, porque nos puxa a curiosidade de saber o que está para lá da outra colina.

Roubaram-nos as certezas? As seguranças? As deduções fiscais? Roubaram, sim senhor, ou deixaram-nas morrer de velhas e de podres. Mas se em troca nos ensinarem esta liberdade livre, esta liberdade clara e real e sem conforto, esta liberdade sem fundo e sem limites, então, digo eu, durmam descansados. Estamos quites.
  
*Formado em História, João Paulo Batalha é jornalista e fundador da Storymakers, uma empresa dedicada à produção de exposições, eventos e produtos culturais para crianças

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Mãe de sobrinhos

Por Cláudia Pinto*

Ouve-se por aí que “não há amor como o de mãe” e esta é uma frase que me deixa a pensar em diversos momentos. 

Como costumo dizer aos amigos, conhecidos e pessoas com quem me cruzo, “sou mãe de sobrinhos”. E sinto mesmo o que digo. Apesar de já ter 31 anos e de ainda não ter passado pelo prazer da maternidade, tenho uma relação de grande proximidade com os meus dois sobrinhos, Gonçalo, de 34 meses e David, de 32. Os meus dois irmãos mais velhos foram pais com apenas dois meses de diferença para contentamento de toda a família. Apesar de ter sonhado com os brincos, as saias, os vestidos cor-de-rosa, rapidamente aprendi que jogar futebol é muito giro e brincar com carros pode ser uma autêntica aventura! Em 2011, aguarda-me mais um nascimento e imagine-se. É rapaz! Dois irmãos e três sobrinhos… A menina ficou mais uma vez em lista de espera.

O amor que sinto pelos meus sobrinhos é enorme. Costumo dizer que faço tudo por eles a menos que a minha agenda pessoal / profissional não permita. Mudo fraldas, levo-os a passear, vou buscá-los ao infantário, dou-lhes “papinha”e tento ser uma presença assídua. Já me disseram que o comportamento mudará no dia em que for mãe mas enquanto me deixarem, serei uma tia muito babada e presente. Na minha opinião, os tios podem desempenhar tarefas muito úteis aos pais e desenvolver um relacionamento próximo com os petizes, conciliando a sua própria vida com as exigências das crianças que crescem demasiado depressa e nos ensinam tanto!

O amor que sinto por eles é tão grande que me questiono onde caberá o tal amor superior e único que só se sente por um filho quando tiver o privilégio de ser mãe? Bom, saberei dosear os sentimentos e “dividi-los” adequadamente.

Não consigo compreender os tios que não estão presentes em cada momento importante dos seus sobrinhos: a primeira ida à praia; a primeira vez que viu o mar; o primeiro dia na escola; a primeira ida ao Oceanário ou ao Jardim Zoológico. São estes pequenos momentos que não se repetem como as representações teatrais que o Gonçalo e o David, no alto dos seus – quase - três anos proporcionaram recentemente. Delicioso. Brilhante. Emotivo.

Por mais problemas que tenhamos e mesmo que a vida nos apareça em tons de cinzento, eis que os sobrinhos nos enchem a alma e o arco-íris aparece! É como se de uma injecção de energia se tratasse. Mesmo quando não sou totalmente acarinhada (eu bem tento o tal beijo que demora a chegar quando não lhes apetece), saio de perto deles com energia extra para os afazeres profissionais. Sou uma apaixonada. De facto. Sem vergonhas. 

Um conselho a todos os tios ausentes? Há momentos, frases, gestos, expressões que não se repetem e que se perdem... Mais do que oferecer presentes no dia de aniversário e no Natal, é no crescimento e desenvolvimento dos seus sobrinhos que estão as pequenas grandes coisas. Regularmente. Aproveite os momentos. Não os desperdice. Não se repetirão!

*Cláudia Pinto é jornalista especializada na área da saúde, editora do Jornal do Centro de Saúde e colaboradora em várias publicações da área. Está actualmente a concluir o Mestrado em Comunicação em Saúde pela Faculdade de Medicina de Lisboa.