quarta-feira, 12 de maio de 2010

A escola ideal




Por Bárbara Wong*

A pedido do Bebé Filósofo escrevi este post. Aqui vai:

Sabendo que escrevo sobre educação, colegas de profissão, leitores do PÚBLICO e amigos perguntam constantemente: “Conheces a escola x? O que te parece a escola y?”. Por isso, em 2008 decidi escrever "A Escola Ideal: como escolher a escola para o seu filho dos 0 aos 18".

Há escolas com equipamentos de topo, com chãos amortecedores de quedas, escorregas e câmaras de filmar (o que para mim é assustador! Há quem pense que a câmara o ajuda a proteger o filho e não pensa que está a invadir privacidade da criança)... MAS, com um corpo docente fraquinho, que muda anualmente, que não desafia as crianças, pouco comprometido.

Há escolas que parece que pararam no tempo, com mesas com ângulos afiados, com demasiados degraus, que quebram algumas regras de segurança... MAS com um corpo docente espectacular, familiar e profissional.

Há escolas novas com bons profissionais e escolas velhas onde tudo é mau... MAS não há escolas ideais porque, por muito boa que a escola seja não é como nós realmente idealizamos, porque as escolas são feitas de/por pessoas.

No livro, além de calendários para planificar todo o processo de procura, visitas e tomadas de decisão, proponho um gráfico para os pais preencherem à medida que vão conhecendo as escolas em que estão interessados, este depois de preenchido pode ajudá-los a escolher. Além de conselhos objectivos, acrescentei informação prática sobre matrículas, calendarização das mesmas e afins. Sem esquecer as crianças com necessidades educativas especiais ou situações como mudar de escola a meio de um ciclo.

Em resumo: O que é que os pais devem ter em conta na hora de escolher a escola? O corpo docente, o projecto educativo, as instalações e nunca, mas nunca escolher sem fazer uma visita. Se a direcção não abrir as portas, esqueçam, não vale a pena. As escolas não devem ter segredos para os pais.

No dia do lançamento de A Escola Ideal, a mãe de uns amigos dos meus filhos veio dizer-me que estava satisfeitíssima porque tínhamos os filhos na mesma escola, logo, aquela só podia ser a melhor do país! Eu não tenho dúvidas, MAS conheço pais que tiraram de lá os filhos para os por noutras ainda melhores! O que é que isto significa? Que nem todos procuramos a mesma coisa!

*Bárbara Wong é jornalista no "Público" há 13 anos, especializada em temas de Educação, Ensino Superior e Família. Em 2005 ganhou o prémio de jornalismo "A Família e a Comunicação Social", com um texto sobre os pais que partilham tarefas com as mães, intitulado “Um homem na sala e na cozinha”.



Em 2008 publicou o livro "A Escola Ideal: Como escolher a escola do seu filho dos 0 aos 18 anos". É co-autora, com a professora Ana Soares, do blogue Educar em Portugues. É casada e mãe de um rapaz e de uma rapariga.

2 comentários:

  1. Mas tirando as escolas particulares que de certeza não serão sempre as melhres, há a possibilidade de escolher a escola?! No meu caso, só tenho possibilidade de inscrever segundo 2 critérios: área de residência ou local trabalho do encarregado de educação...

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  2. a partir do secundário pode escolher mediante os cursos que os alunos quiserem seguir. Os dois criterios de que fala existem mas ainda assim o estudante pode ser inscrito e esperar que haja vaga... Às vezes isso acontece. BW

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