Imagem Corbis/ Sandra Seckinger
Por Filipa Prata*
O contacto com animais tem, sem dúvida, inúmeros benefícios para as crianças. No entanto, os répteis não são de todo os animais de estimação mais indicados, estando estes mesmo contra-indicados em crianças pequenas, com idade inferior a 5 anos e/ou crianças com um sistema imunitário comprometido. Nos Estados Unidos, o CDC (Center for Disease Control) contraindica que as crianças com idades inferiores a 5 anos ou imunocomprometidas tenham répteis em casa e animais de estimação como tartarugas, rãs, sapos, iguanas, lagartos e cobras e aracnídeos.
Os répteis são animais que requerem medidas de conservação complexas, muitas vezes difíceis de serem executadas pelas crianças, com os quais não se pode interagir ou brincar. Basicamente, são sobretudo animais de contemplação, o que faz com que as crianças percam rapidamente o interesse por estes animais.
Por outro lado podem ser fonte de infecção, sobretudo de salmonelas (por exemplo, o FDA americano tem desde 1975 uma lei que impede a distribuição comercial das tartarugas pequeninas nos Estados Unidos, o que fez com que houvesse uma redução considerável da infecção por salmonela na população e particularmente nas crianças) mas também de outros parasitas tais como o criptosporidium.
Para minimizar esses riscos devem ser tomadas algumas medidas tais como: antes de adquirir um réptil como animal doméstico, assegurar que a sua aquisição é legal e que tem um certificado de saúde, ou seja, que fez o tempo de quarentena exigido e que não tem doenças.
As crianças com idade inferior a 5 anos ou com doenças que comprometam as suas defesas não devem ter répteis como animais de estimação ou pelo menos ter um contacto estreito com estes animais.
Deve-se supervisionar as crianças pequenas enquanto estas estão perto dos répteis; ensinar as crianças, sobretudo as mais pequenas, que não devem beijar estes animais (como surge no filme “A Princesa e o Sapo”, por exemplo) ou colocar as mãos na boca após manusearem os répteis ou os objectos com os quais eles contactam e que devem imediatamente depois, lavar as mãos com água e sabão. No caso de crianças mais pequenas deve supervisionar-se a lavagem das mãos.
Os animais não devem circular livremente pela casa, devem permanecer no seu aquário/terrário, que não deve nunca estar colocado na cozinha ou perto do local onde são preparadas ou consumidas refeições ou bebidas. A limpeza dos aquários/terrários deve ser efectuada com luvas descartáveis e a água não deve ser despejada nos lavatórios ou locais onde é preparada a comida ou retirada água para consumo.
*Filipa Prata é pediatra infecciologista.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarSó um reparo: rãs e sapos são anfíbios, não répteis.
ResponderEliminarE, para quem tem tartarugas, se vindo o frio elas ficam muito paradas, PARECENDO mortas: elas só estão a hibernar, não as matem de vez enterrando-as ou afins.
Mas mesmo sendo animais de contemplação, permitem ensinar alguma responsabilidade e "lições de vida" às crianças. É só manter as regras básicas de higiene, mas isso também com outras espécies.
Além de que são bons para miúdos alérgicos a pêlo de animais ou ao pó!!!