Nan Lawson. Aqui.
Eu não gostava muito de efemérides. Mas com o passar do tempo aprendi a encontrar-lhes utilidade. É que, o que parece tão óbvio, afinal não o é assim tanto e os “dias mundiais” de qualquer coisa sempre vão servindo, se não para outra coisa, para relembrar e reflectir.
Pense-se no dia de hoje, aplique-se nos outros dias todos.
É um bom lema que tenho procurado seguir.
No Dia Mundial da Criança, é urgente recordar a Convenção dos Direitos das Crianças.
Ninguém pode exercer ou reivindicar o exercício de direitos que desconhece ter.
É importante que as crianças saibam que um dia, há mais de 50 anos atrás, pessoas de vários países perceberam que as crianças são tão importantes para o futuro do mundo, que são tão valiosas e especiais, que se reuniram para deixar escrito a maneira como todos os meninos deviam ser tratados, num documento que todos os adultos deviam seguir.
É importante que as crianças saibam que sempre que, de forma mais ou menos subtil, atropelamos os seus Direitos básicos, somos nós que estamos errados e não eles. Que nós é que não estamos a ser bons o suficiente, ou inteligentes, ou pacientes, ou respeitadores. Que nós é que estamos a falhar. Não eles. Temos as nossas razões, muitas vezes, quase sempre, mas não deixamos de falhar. Mas não é justo, só porque o mundo é grande e eles são pequenos, que as nossas razões prevaleçam sempre.
Hoje vou substituir a história da hora de deitar por isto. E vou explicar-lhe que ela tem direito a todas estas coisas básicas e ainda outras. Que todas as crianças em todo o mundo têm estes direitos, mesmo nos países em que eles não são mais que uma miragem longínqua. Porque os adultos falham. Falham demasiado e são tão estupidos, tantas vezes, que preferem proteger os seus interesses imediatos do que o futuro, como se não fosse haver um amanhã e não fossem precisos novos homens e mulheres para o mundo continuar a avançar.
E, sabendo conscientemente que isto se vai virar contra mim um dia, possivelmente já amanhã ou mesmo 5 minutos depois, vou dizer-lhe com todas as letras:
As crianças são melhores que os adultos e quase sempre têm mais razão que eles.
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