terça-feira, 30 de novembro de 2010

Uma árvore de Natal enfeitada com boas ideias

Na véspera do 1 de Dezembro, inauguramos a época das festas n'O Bebé Filósofo.
E queremos abrir a porta a tantos quantos queiram entrar!

É enviarem então as vossas ideias, sugestões, pensamentos e reflexões, histórias e tudo o que entenderem que pode dar um bom post aqui no BF. Tudo para o mail e o Bebé Filósofo pendurará cuidadosamente na árvore, para que todos possam apreciar.

Porque os melhores presentes podem muito bem ser tão simples como... as boas ideias. 

E o melhor exemplo vem da Ana Catarina Pereira, uma mãe cheia de boas ideias, que já antes nos tinha enviado uma sugestão maravilhosa. Ora vejam agora esta:


"Junto envio-vos sugestão para divulgarem no vosso blog.....algo para fazermos com a nossa criançada.

Muito simples...rolos de papel higiénico pintados com guaches, meias velhas, partituras retiradas da net....e voilá um coro delicioso, na minha opinião."
 
 
Não é só na sua opinião, Ana Catarina. Nós também achamos delicioso!
Obrigado!






quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Síndrome de Sansão



Os meninos não deixam cortar as unhas dos pés porque acreditam, no íntimo acreditam, que toda a força lhes vem das unhas dos dedos dos pés. Os dedos dos pés dos meninos não são os dedos dos pés dos adultos (portugueses). Se assim fosse teriam um nome próprio, como gardias ou formias, que quisesse dizer unhas, mas dos pés, dos dedos dos pés. Os meninos são fortes e sobem escadas e dão saltos mortais, vão mais depressa do que o som, correm como o cavalo das asas, leves, rápidos, cheios de energia. Num livro de conselhos aos pais, desses que sai grátis com o sabão da máquina ou com as fraldas, estava escrito, naquela linguagem insuportável do PsicoSá, que as unhas dos pés se cortam a direito, de preferência quando o bebé dorme. Para abreviar era isto que estava escrito. Assim o menino acordou quando a mãe lhe cortava os pés. Isto é os dedos dos pés. As unhas dos dedos dos pés. A direito, enquanto dormia.
O menino nunca mais dormiu e a mãe não percebe porquê.
Tive que lhe contar a história de Sansão e Dalila. Sansão era muito forte e tinha uma longa cabeleira como a do pai do menino. Toda a força lhe vinha dos cabelos longos. Dalila dormia com Sansão. Incapaz de vencer Sansão pela força, o Império seduziu Dalila com a promessa de um lugar na próxima longa metragem. E durante a noite Dalila cortou os longos cabelos do amante adormecido, assim lhe tirando a força e a graça.
Acho que percebeu. Ainda não encontrei nenhuma mulher que não percebesse a desgraça de Sansão. Mas continuam a cortar os pés das crianças, rente às unhas, na calada da noite.


(Para o Planeta Tangerina)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Eu, eles e os heróis!

Por Bárbara Wong*


Quando era pequena sonhava ser como a Super-Mulher! Igual! Rodar sobre mim mesma, dar duas voltas e transformar-me! Ter um fato elegante e patriótico (igualzinho ao dela, que isto de termos uma bandeira vermelha e verde, faria o fato perder toda a graça!), uma cintura de vespa e peito!

Mas, por mais voltas que desse, ficava tudo na mesma, as mesmas tranças, a mesma saia, as mesmas sabrinas e o mesmo ar de menina pequena, sem peito, sem rabo, sem nada… Ainda assim, a imaginação dá para muito, por isso, imaginava-me de olhos azuis, cabelo longo e encaracolado e pronta para combater as injustiças. E ele era pontapés, corridas e saltos!

Hoje, eles têm outros heróis, vibram e imaginam tudo tal e qual como nós quando tínhamos a sua idade e dão uns pontapés e uns socos valentes, também correm dos inimigos ou com eles e fazem os mesmos gestos que os seus heróis, sejam o Ben 10, o Homem Aranha ou outro. As meninas não têm a Super-Mulher, mas têm outras heroínas, sejam cantoras como a Hannah Montana (um bocadinho pateta, mas há sempre uma liçãozinha de moral a tirar) ou as Winx (que também lutam contra o mal, transformam-se e voam! Muito melhor do que a antiquada Super-Mulher que só corria e saltava…).

Os heróis fazem parte do nosso crescimento. São figuras de referência e o que nos fica da infância não são os pontapés, mas a ideia que lutam pelo bem e pela justiça, valores que queremos que eles tenham. Depois, é educá-los, é dizer-lhes que os problemas não se resolvem com pontapés, mas com diálogo. E eles aprendem, uns levam mais tempo do que outros, mas aprendem!

Confesso que ainda hoje gostava de ser a Super-Mulher, sobretudo ter os seus olhos azuis e a cintura de vespa! Mas mesmo sem estes requisitos, eu sou uma Super-Mulher: quem senão uma Super-Mulher faz, em duas horas, pequenos-almoços, lanches, prepara os miúdos para sair para a escola; faz o almoço, um bolo, deixa a mesa posta, prepara-se para sair e toma o seu pequeno-almoço? Só uma Super-Mulher! Porque, de seguida, há um dia de trabalho pela frente, sem fato patriótico, mas na procura de fazer a justiça e praticar o bem!

*Bárbara Wong é jornalista do Público, especializada em assuntos da Educação.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Estudar e fazer trabalhos de casa é a mesma coisa?

Por Maria José Araújo*

Há uma diferença muito grande entre fazer trabalhos de casa (TPC) e estudar.

Estudar tem de ter a adesão voluntária das crianças. Deve ser algo que elas percebam e por que se interessem. Perceber que conhecer, aprender e ter a possibilidade de participar no mundo de uma forma informada é algo estimulante, e as crianças gostam deste sentimento. Estudar é perceber mais e melhor... O conceito de estudar é muito confuso para as crianças e elas só o vão percebendo com o decorrer da escolaridade e à medida que se vão confrontando com outras situações – como, por exemplo, estudar a tabuada, estudar para um teste – e, mesmo assim, tudo isso depende delas. A função de estudar, não sendo uma operação muito concreta, é algo que não é muito claro para as crianças nem, provavelmente, para os adultos com quem convivem. Ou será ?

As crianças têm múltiplos interesses que são desprezados em função da “matéria escolar”. Todos sabemos disto – o que muitas vezes não sabemos é o que fazer para corrigir esta desatenção. Se se confundir TPC com estudar, estamos a dizer às crianças que estudar é aquele trabalho repetitivo, cansativo e mecânico que é proposto na maior parte dos TPC. É muito importante que se entenda isto, senão para alem de uns bons momentos de convívio ao fim do dia em casa com os filhos, é o conhecimento e a própria Escola que estamos a desvalorizar.

A maior parte das crianças não gosta de fazer “trabalhos de casa”, mas aceita a obrigatoriedade da tarefa mais ou menos pacificamente. Outras, contudo, manifestam-se. Apesar das dificuldades (não sabem fazer ou estão cansadas após um dia na escola), os “trabalhos de casa” aparecem sempre como alguma coisa que faz parte dos seus quotidianos, que está naturalizada e que, portanto, não se questiona - (...) temos de fazer todos os dias e muitos... Ou cuja realização é condicionada pelo medo – se não fizer a minha professora ralha-me (...).

Há, como sabemos, muitas formas de aprender e de ensinar, como há muitas de estudar. O acto de estudar, como de ler, não é de fácil de ensino. Para ajudarmos as crianças a perceber o que significa estudar, qual o significado de estudar, é preciso respeitar algumas regras que se prendem com o ritmo de cada criança e com a forma que cada um arranja para satisfazer a sua curiosidade. As crianças são todas diferentes e, portanto, têm formas diferentes de se adaptar e se interessar.

Precisamos de compreender que as propostas de trabalho que exigem estudo e esforço têm de ser sentidas pelas crianças como verdadeiramente importantes e suficientemente interessantes para que a elas adiram com vontade e para que as valorizem, para que as trabalhem com gosto. Caso contrário, mal comecem a ter alguma autonomia, deixam o estudo aprofundado de lado e fazem somente o mínimo necessário para passar de ano. É neste sentido, que não se pode confundir TPC e estudo. Quando se obriga a memorizar e repetir, estamos a impor uma concepção já programada e raramente as crianças aprendem a pensar, a pôr em causa, e isso não as ajuda a perceber e ficar com vontade de continuar.

* Maria José Araújo é investigadora da Universidade do Porto e autora especializada em tempos livres.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Este post é longo (mas fala de sexo)

O teu corpo O meu corpo E em vez dos corpos
que somados seriam nossos corpos
implantam-se no espaço novos corpos
ora mais ora menos que dois corpos


Que escorpião de súbito estes corpos
quando um espelho reflecte os nossos corpos
e num só corpo feitos os dois corpos
ao mesmo tempo somos quatro corpos


Não indagues agora se o meu corpo
se contenta só corpo no teu corpo
ou se busca atingir todos os corpos
 que no fundo residem num só corpo
Mas indaga sem pausa além do corpo
o finito infinito destes corpos


David Mourão-Ferreira

Eram seis da tarde e eu tinha oito anos quando dei o meu primeiro beijo na boca. No campo de futebol da quarta classe, à porta das casas de banho, jogava-se ao bate-pé. Eu e uma amiguinha da mesma idade emparelhávamos com dois rapazes mais velhos (nós éramos da segunda, eles eram da quarta). Aquilo não estava fácil para o meu lado.


A minha amiga já tinha entrado na casa de banho duas ou três vezes, sem bater o pé aos números que correspondiam ao beijo na boca com e sem língua e a variações mais elaboradas que incluíam apalpões fortuitos e consentidos. Eu dizia que sim ao abraço, beijinho na cara e pouco mais. O resto, tudo o que passava do número 3, obtinha, lá está, um bate-pé determinado da minha parte.


Ora, diziam as regras que só se podia bater o pé três vezes até se ser expulso do jogo e a minha amiga começava a fulminar-me com os olhos. Afinal, ela queria continuar a jogar e eu não podia sair de jogo assim, já que o meu par era irmão dela e, haja limites, ela não ia jogar com o próprio irmão e o coleguinha. Não, eu tinha que continuar. Portanto, assim estávamos nós, às seis da tarde. Mais uma nega minha e o jogo estaria arruinado (bem como a minha vida social no recreio da primária, concluí eu, prudentemente). Foi assim que ao novo pedido de beijo na boca (sem língua, não te preocupes) enchi o peito de ar e entrei na casa de banho com o meu experiente companheiro. Fechei os olhos com força, cerrei os lábios e preparei-me. Pronto, foi rápido, está despachado. Dificilmente se poderá chamar beijo ao que se passou, mas por qualquer razão, o rapaz gostou e destemido volta a agarrar-me para pedir “mais um, só mais um”. Para mim foi o limite.


Um pontapé certeiro, a porta aberta em par e eu atravesso a correr o campo da quarta para entrar esbaforida na sala de estudo onde se faziam os trabalhos de casa e de onde eu me baldava diligentemente todos os finais de tarde.


No dia seguinte, e contrariamente ao que eu pensava, o grupinho do bate-pé não tinha desistido de mim. Não houve grandes jogos, mas por alguma razão, acharam que eu merecia o investimento e então dedicaram-se a explicar-me os factos da vida. Não fizeram um grande trabalho, diga-se de passagem. Mas eu estava abismada. Tanto que resolvi dizer à minha mãe que ela que não se preocupasse, pois eu já sabia o que era “f….”. E para confirmar: “Já sei que o homem e a mulher ficam todos nus à frente um do outro e depois a mulher engravida”. A minha mãe estava virada de costas a fazer o jantar. Lembro-me que ficou suspensa por um instante e se virou lentamente enquanto dizia: “Não se usa essa palavra porque é muito feia. E falta aí uma parte…”. Minutos depois, como qualquer criança de oito anos, eu estava completamente horrorizada e enojada.


(eu nunca, nunca, vou fazer isso, jurei a mim própria).


Avancemos vinte anos. Eu estou grávida. É domingo e estou na ronha no sofá com a minha filha de dois anos. Tenho uma barriga de cinco meses e contei-lhe há pouco tempo que vai ter um mano ou uma mana. Estamos a ver televisão e oportunamente vejo que vai dar o documentário da National Geographic, “A Vida no Ventre”. Parece-me uma boa ideia, vê-lo com ela, assim pode perceber melhor o que se passa dentro da barriga da mãe.


Começam as imagens e dou conta da esparrela onde caí - raio, mas como é que me fui esquecer da concepção?- o ecrã mostra a explosão de espermatozóides em correria desenfreada por ali acima e a menina delira: Que é aquilo, mãe? Que é aquilo?!Hesito. E decido despejar tudo de uma vez. “Olha que boa ideia, assim ficamos despachadas”, ela fica a saber como se fazem as coisas e se crescer a saber isto nem lhe vai fazer confusão nenhuma.

Comecei a explicar, mas ela bloqueou na palavra espermatozóide “Diz outra vez o nome daquelas minhocas, mãe!”, e ria, ria, ria…


Eu continuava estoicamente, tentando ser científica, mas pedagógica, num mix infrutífero. Tão infrutífero que se passaram dois anos deste episódio e ainda há poucos dias ela me pediu “Ó mãe, não fiques outra vez grávida sem falarmos com a senhora das sementes... É que eu desta vez quero mesmo uma mana”. Eu engoli em seco e balbuciei qualquer coisa como “não peças à senhora das sementes (?!), tens que pedir ao teu pai”. E fugi a sete pés.


Haverá uma razão para eu estar aqui a partilhar estes episódios bastante humilhantes. Na época da pedagogia e da ciência, fala-se da importância da informação para uma sexualidade consciente. Certo. Isto não é assim tão novo. Eu estudei 15 anos num colégio católico e em meados do 8ºano nós já sabíamos que havia sessão pedagógica sobre sexo. Meninas para um lado com a directora de turma “É normal que os rapazes tenham curiosidade sobre as vossas maminhas”, e nós aos risinhos (stôra, têm mais curiosidade pelas suas) e depois a garantia de que estávamos elucidadas para podermos sair mais cedo e ouvir à porta da sala onde estavam os rapazes com um padre velhote: “Agora que começais a sentir o sabor dos primeiros beijos na boca..”. E nós a correr pelo corredor fora, aos gritos e a rir.


Eram tentativas honestas dos adultos. Bem intencionadas. De cuja eficácia eu duvido, tal como duvido dos conteúdos assépticos e politicamente correctos, leccionados na sala de aula.

Dizemos que as crianças de hoje são mais avançadas, mais precoces. Não são. Elas têm é mais acesso a conteúdos que os adultos lhes fornecem.


Em muitos casos, o objectivo desses conteúdos é vender qualquer coisa. Noutros casos, mais raros, o objectivo é informar ou formar. Em ambos os casos, são coloridos, apetecíveis e têm uma boa dose de marketing. E usam orgulhosamente expressões como “sem papas na língua” ou “sem tabus” para justificarem o seu vanguardismo e ausência de preconceitos. Que interessa se os miúdos querem ou estão preparados para tanta informação. Se a sabem digerir. Como esta exposição que eu não vou comentar porque não vi. A Bárbara foi e diz que está bem feita. Eu confio. Mas comento esta reportagem, após a qual fiquei em choque.


Ele é bonecos com línguas articuladas, preservativos insufláveis, perguntas insistentes aos meninos que não sabem o que dizer. Que modernos e desempoeirados. (e desculpem-me, é de mim ou esta luta do sexo “sem preconceitos”, não é tão anos 90?). Horroriza-me o ar dos miúdos nesta reportagem. Tão incomodados, e a jornalista a perguntar “mas achas que dói?” e eles lívidos sem saber bem o que dizer. E mais de uma vez ouve-se “não sei nem me interessa”.


Parece-me uma súplica: mas porque me trouxeram aqui se eu só queria jogar à bola?

E fico a pensar. Nada contra explicarem às crianças de onde vêm os bebés. De forma informada e correcta. Está tudo muito bem. Mas arrepiam-me estes títulos “Sexo?.. e então?”.

Porque então… tudo.

Fica a faltar tudo.

Eu guardo para os meus filhos aquilo que acho que as crianças deviam saber. Quando perguntarem. Não antes disso. Que pressa temos nós de os encharcar em informação! Não sei se eles quererão ouvi-lo da minha boca, mas deixo na net. Pode ser que daqui a uns anos quando procurarem “sexo” no Google aqui venham dar e corem de vergonha com as palavras da mãe, mas qualquer coisa fique lá dentro.

É que eu não sei se confio nesta Educação Sexual politicamente correcta, com cheiro a desinfectante e látex.


E então falo para eles:



Eu tenho a certeza de que não é preciso veres exposições com bonecos articulados para saberes dar um bom beijo de língua. E não, não é nojento. Pode ser mesmo bom. Às vezes não é bom, mas isso é sinal que estás com a pessoa errada. Ou que és tu a pessoa errada para aquela pessoa. Às vezes só percebemos isso no dia seguinte. É confuso, mas assim são as coisas boas da vida… confusas, difusas. E sim, é bom teres toda a informação. Protege e respeita o teu corpo e o da outra pessoa. No momento decisivo o critério será o teu. Não te ponhas em situações de risco. Não vale mesmo a pena. E também não dói, necessariamente, lá está, se estiveres com a pessoa certa e estiveres preparada. Mas vai haver momentos em que não tens a certeza se é a pessoa certa. A verdade é que ninguém sabe bem, mas a maneira como o corpo se comporta é um bom indício. Vale a pena esperar porque há coisas que se calhar não vais compreender aos 14, mesmo que os Morangos com Açucar te pareçam tão adultos e conhecedores (são actores mais velhos a fingir ter a tua idade, sabias? e as palavras que dizem foram escritas por adultos).


Acima de tudo espero que descubras a poesia. Porque nas palavras inspiradas vemos como pode vir da carne o desejo, a paixão, o amor. É assim que deve ser. A vontade de agarrar e ser agarrado. Os dedos que queimam quando tocamos em quem amamos. As noites passadas acordado a pensar na outra pessoa, a música deprimente. O não querer adormecer só para ficar a olhá-lo mais um bocadinho. E um dia, anos depois da avalanche de hormonas, dás por ti a trocar fraldas, mas já não tens tempo de trocar poesia. És adulto, de repente. E fazes um ar entendido e falas sobre a importância da sexualidade consciente e alertas os adolescentes e as crianças de forma pedagógica. E crias exposições interactivas onde se leva os meninos ao fim de semana. E decides tu o timing em que se deve falar de sexo e como. E falas muito mas não fazes assim tanto. Porque em casa, já te esqueceste do fogo e agarras-te à ciência porque já não sabes dissertar sobre os mistérios do amor e da paixão. E usas a desculpa de que as emoções são subjectivas e é muito complicado e os meninos precisam de mensagens simples.


Mas isso é porque os adultos não sabem tudo. Porque se soubessem, arranjavam tempo e espaço. E se calhar descobriam que eles próprios também precisavam de alguma Educação Sexual ao longo da vida. Ou de ler um poema do David Mourão Ferreira de vez em quando, e de ter vontade de namorar mais.