O novo ano lectivo começou há poucas semanas. Depois das apresentações e das revisões da matéria dada no ano anterior, os primeiros testes já estão marcados e os trabalhos já têm prazo de entrega. Eles ainda têm memórias das férias, volta e meia ainda há um dia ou outro que lembra a praia, o dolce fare niente, as tardes de leitura ou de jogos intermináveis.
Mas não! A rotina está aí, as aulas e as centenas de actividades extra-curriculares. E se estas últimas são às centenas, então, o melhor é desenhar um horário onde se meta tudo o que a criança tem e ver em que horas é que pode estudar e quantas sobram para brincar ou, pura e simplesmente, não fazer nada. As últimas são importantíssimas.
Antes que a escola recomende aos pais para se sentarem ao lado dos filhos, para supervisionarem se os trabalhos de casa estão a ser feitos. O melhor é anteciparmo-nos e fazermos isso mesmo. Não ficar só pela pergunta, gritada da cozinha: “Tens trabalhos? Já fizeste?”, mas ir lá ver se existem, se estão feitos e se têm um ar de resposta completa e não de qualquer coisa que se tirou das soluções, vindas no final do livro.
Eu sei, ao fim do dia, os pais estão cansados e a escola e os trabalhos de casa podem ser motivo para conflito com os filhos, uma guerra que se quer evitar. Mas não pode ser! Há que respirar fundo e manter a calma. Afinal, o ano é para começar com o pé direito e levá-lo pelo melhor caminho possível.
Além disso, os filhos gostam, mesmo que não o admitam, que os pais se interessem pelos seus assuntos, que os acompanhem, que os “chateiem”, que estejam ao seu lado a apoiá-los e apoiar não é fazer o trabalho, é ajudar a descobrir a resposta, a fazer pesquisa, a procurar e não “chega-te para lá que eu faço isto, que é muito mais rápido!”.
É impossível prometer que serão horas bem passadas, mas serão certamente horas que vão ajudá-los a conseguir melhores resultados.
*Bárbara Wong é jornalista do Público, especializada em educação.
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